Governo informa que ex-ministro só pediu demissão após entrar no país portando o passaporte diplomático
A polêmica ida de Abraham Weintraub para os EUA tem um novo episódio. Em nota enviada à imprensa, nesta terça-feira 23, o governo federal informou que a carta de pedido de demissão do ex-ministro da Educação foi entregue no dia 20 de junho, mesmo data que o ministro já estava nos EUA, segundo informou seu irmão, Arthur Weintraub, assessor especial de Jair Bolsonaro.
No dia 29 de maio, o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou um decreto proibindo a entrada de brasileiros no país por conta da pandemia do coronavírus. O ex-ministro conseguiu entrar apresentando seu passaporte diplomático, que todo ministro de Estado tem direito.
Nesta terça-feira23, o governo mudou a data de exoneração de Weintraub para o dia 19 de junho. Segundo justificou o Planalto, a mudança foi feita porque na carta de demissão o ministro pediu sua saída no dia 19. A mudança, no entanto, foi feita após o Ministério Público, junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), ingressar com uma representação para que a Corte apure uma possível participação do Itamaraty na viagem do ex-ministro.
Na avaliação do sub-procurador Lucas Furtado pode ter havido desvio de finalidade por parte da pasta comandada por Ernesto Araújo, já que o ingresso de seu colega em Miami, sem caráter oficial, só ocorreu graças ao passaporte diplomático.
Até o fechamento desta reportagem o Planalto não respondeu se a viagem de Weintraub foi informada ao presidente, tendo em vista que ele ainda era ministro e usufruiu da entrada diplomática nos EUA.
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