sábado, 20 de junho de 2020

Entidades repudiam uso da Lei de Segurança Nacional pelo governo Bolsonaro para censurar publicação de charge

Censura Nunca Mais!
O ministro André Mendonça, de Justiça e Segurança Pública, pediu nesta segunda-feira, 15, para investigar a publicação de uma charge no perfil do jornalista Ricardo Noblat em sua conta no Twitter. No desenho, de Aroeira, Bolsonaro aparece desenhando a suástica sobre uma cruz vermelha, simulando a invasão a hospitais que ele próprio incitou na última semana.
O governo recorreu à Lei de Segurança Nacional (LSN) e levantou uma série de críticas de entidades pro-democracia, artistas, parlamentares e especialmente jornalistas.
A LSN é um dos resquícios mais frescos da ditadura. Criada na era Vargas, sancionada por Figueiredo, foi usada contra quem se opôs ao regime militar. Hoje é resgatada por Bolsonaro para censurar charge com o pretexto de “garantir a ordem”.
A ameaça “causa certa estranheza pela quantidade de referências nazistas que o governo abrigou nos últimos tempos sem pudores”, escreveu o Forum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC). Alguns lembretes que a FNDC resgatou:
1) discurso do ex-ministro Roberto Alvim parafraseando Joseph Goebbels (causou sua demissão após as reações públicas)
2) Bolsonaro repetindo o gesto em código de neonazistas que tomam leite para afirmar a imbecilidade de uma “supremacia branca” e…
3) postagem da própria Secom usando a frase “O trabalho liberta”, usada na entrada do campo de extermínio nazista de Auschwitz, para citar as mais recentes. Apesar do discurso de indignação, o aviso é mais um ataque do governo à liberdade de expressão e de imprensa.
1) A ameaça, por parte do governo, de usar a Lei de Segurança Nacional contra o jornalista Ricardo Noblat (@BlogdoNoblat) pela charge de Aroeira causa certa estranheza pela quantidade de referências nazistas que o governo abrigou nos últimos tempos sem pudores.
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