quinta-feira, 16 de julho de 2020

'Eu não sou um cara mau': novo vídeo mostra George Floyd tentando sensibilizar policiais minutos antes de sua morte

Um mural com o retrato de George Floyd pintado em uma parede do Brooklyn, em Nova York
Um mural com o retrato de George Floyd pintado em uma parede do Brooklyn, em Nova York Foto: ANGELA WEISS / AFP
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Novas imagens de duas câmeras corporais de policiais mostram George Floyd, perturbado, dizendo aos agentes "eu não sou um cara mau", momentos antes de sua morte, provocada por um policial que o imobilizou com o joelho em seu pescoço, em maio, em Minneapolis, nos EUA. Os vídeos também confirmam que suas palavras finais - que não estavam em uma transcrição divulgada anteriormente -, foram "cara, eu não consigo respirar". As informações são da "CNN", que assistiu às imagens nesta quarta-feira.
Floyd diz "eu não sou um cara mau" enquanto os dois policiais - os primeiros a entrar em cena - tentam colocá-lo em uma viatura. "Eu não sou esse tipo de cara", continua ele, enquanto luta com os agentes: "Acabei de ter Covid, cara, não quero voltar a isso". Alguém que está olhando a cena pede que Floyd pare de lutar: "Você não pode vencer!". Floyd responde: "Eu não quero vencer".Poucos minutos depois, o segurança está de bruços no asfalto, e as câmeras gravam sua voz fraca, ainda às vezes dizendo "não consigo respirar", antes de ficar imóvel.
Floyd foi assassinado pelo policial Derek Chauvin, que pressionou seu joelho contra o pescoço do segurança por quase nove minutos
Floyd foi assassinado pelo policial Derek Chauvin, que pressionou seu joelho contra o pescoço do segurança por quase nove minutos Foto: reprodução
A filmagem foi disponibilizada para que jornalistas e outras pessoas a vissem nesta quarta-feira com hora marcada. Um juiz decidiu que ela só pode ser mostrada novamente no tribunal, e a imprensa não pode divulgá-la. Uma coalizão de empresas de mídia havia apresentado na segunda-feira um pedido para que os vídeos fossem divulgados imediatamente.
As imagens das câmeras corporais de Thomas Lane e J. Alexander Kueng foram registradas como parte do processo criminal contra os quatro policiais que participaram da abordagem a Floyd. Derek Chauvin, que pressionou o joelho contra o pescoço dele por quase nove minutos, enfrenta acusações de homicídio agravado e pode pegar até 40 anos de prisão se for condenado.
Os ex-policiais envolvidos no assassinato de George Floyd: Derek Chauvin, Tou Thao, J. Alexander Kueng e Thomas Lane
Os ex-policiais envolvidos no assassinato de George Floyd: Derek Chauvin, Tou Thao, J. Alexander Kueng e Thomas Lane Foto: divulgação
Lane, Kueng e o quarto policial, Tou Thao, também enfrentam até 40 anos de prisão se forem condenados por acusações de ajudar e favorecer o assassinato de Floyd. Todos foram demitidos depois do crime — apenas Chauvin continua preso, com fiança estabelecida em US$ 1 milhão (R$ 5,33 milhões).

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No dia 25 de maio, George Floyd, um homem negro de 46 anos, foi abordado pelos quatro policiais perto de um mercado, acusado de ter usado uma nota falsa de US$ 20. Foi preso e imobilizado por Chauvin, um agente branco, numa ação que provocou sua morte. A cena foi gravada e mostrou Floyd repetindo a frase "eu não consigo respirar", sem qualquer reação dos outros três oficiais.
O assassinato deu início a uma onda história de protestos nos EUA, mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus, colocando pressão sobre todos os níveis políticos do país e ressaltando o tema do racismo estrutural como ponto central das eleições de novembro.

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