segunda-feira, 13 de julho de 2020

Polícia investiga se miliciano mais procurado do Rio mandou matar agenciador de garotas de programa

Testemunha diz que o bando de Ecko faz festas em um sítio
Testemunha diz que o bando de Ecko faz festas em um sítio Foto: Reprodução
Rafael Nascimento de Souza
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Um dos bandidos mais procurados do Rio, o miliciano Wellington da Silva Braga, o Ecko, está sendo investigado por mais um homicídio: ele teria mandado executar um agenciador de garotas e garotos de programa, no último dia 3 de julho, em Santa Cruz. Lucas Pinho Ramos, de 24 anos, teria sido morto por ter revelado que Ecko teria se relacionado sexualmente com ele.
O caso veio à tona no depoimento de uma testemunha do assassinato na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), ao qual o EXTRA teve acesso. Segundo a investigação, Lucas encaminhava prostitutas para festas promovidas pela quadrilha de Ecko. Um mês antes do crime, a vítima teria passado a noite com o miliciano num sítio entre Santa Cruz e Itaguaí.
Dias depois, de acordo com a testemunha, Lucas estava no Complexo do Alemão, onde morava, em uma festa organizada por traficantes do local, e contou sobre o episódio no sítio. Os criminosos, então, espalharam áudios no WhatsApp, dizendo que o miliciano havia virado “Ecka”.
Lucas contratava mulheres e homens para os eventos da quadrilha
Lucas contratava mulheres e homens para os eventos da quadrilha Foto: Reprodução
A testemunha contou que o rapaz foi novamente chamado pelo bando do miliciano para agenciar mais garotas para uma festa e por um valor acima do que que costumava cobrar. Ele foi ao encontro com três mulheres.
Após a noitada, diz a testemunha, Lucas e as garotas foram embora com o mesmo motorista de carro de aplicativo que ele sempre contratava nessas ocasiões. Na Avenida Padre Guilherme Decaminada, em Santa Cruz, o veículo foi interceptado por outro com homens armados e encapuzados. Todos foram deitados no chão, mas só Lucas foi executado com tiros de fuzil na cabeça. Os criminosos fugiram com todo o dinheiro do programa, o que para a DHC não passou de uma simulação de assalto.
— Acreditamos que o que aconteceu foi uma emboscada. Atraíram a vítima para essa orgia e em seguida aconteceu o crime. Não foi roubo — disse um dos investigadores.
Os policiais não têm dúvidas de que Ecko se irritou com a exposição de sua imagem e pelo deboche dos traficantes do Complexo do Alemão.
O corpo de Lucas foi sepultado na tarde de sábado, no Cemitério de Inhaúma.
Facções criminosas do estado eram clientes de Lucas
A Delegacia de Homicídios da Capital descobriu que Lucas Pinho Ramos era responsável por agenciar garotos e garotas de programa para criminosos de todas as quatro facções do Rio. Segundo o depoimento da testemunha de seu assassinato, os valores do serviço variavam de acordo com a quantidade de homens que ia ficar com a garota ou o garoto de programa.

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Se ficassem apenas com um homem durante a noite, o valor cobrado era de R$ 1 mil. Se passassem a noite com mais de um, recebia R$ 1,5 mil. E assim sucessivamente.
A polícia informou que muitas garotas e garotos vinham de outros estados do Brasil para realizar o trabalho, como a própria testemunha, que vive no Sul. Em seu depoimento à DHC, ela disse que foi contratada para participar de uma orgia com mais de 50 milicianos. E afirmou que várias meninas ficaram hospedadas em um apart-hotel na Barra da Tijuca, cujas diárias teriam sido pagas pela quadrilha de Ecko.

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